quinta-feira, 15 de agosto de 2013

DIFICULDADES NA ESCRITA E INTEGRAÇÃO SENSORIAL:




DIFICULDADES NA ESCRITA E INTEGRAÇÃO SENSORIAL:

* Lentidão para copiar atividades do quadro;
* Lentidão durante a escrita;
* Dificuldades para segurar o lápis;
* Força exagerada durante escrita, passando para varias páginas;
* Uso de pouca força para segurar o lápis;
* Uso excessivo da borracha;
* Problemas de organização do caderno;
* Caligrafia ilegível;
* Espaços gigantes entre uma letra e outra;
* Omissões de letras e palavras;
* Dores no punho e mão;

Estas dificuldades normalmente se relacionam com pobre planejamento e execução motora, déficit de lateralidade, baixo tonus muscular, integração bilateral e sequenciamento e Transtorno de Desenvolvimento da Coordenação. A criança com essas dificuldades deve receber intervenção de Integração Sensorial.

Se você observa alguma dessas dificuldades na escrita de seu filho agende uma avaliação com um Terapeuta Ocupacional habilitado.
Helenise H. Vieira
Terapeuta Ocupacional
Formação em Integração Sensorial

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

VIVENDO COM CIÊNCIA: Os professores no Brasil

VIVENDO COM CIÊNCIA: Os professores no Brasil: Veja matéria e vídeo publicados na FOLHA DE SÃO PAULO clicando no link   http://folha.com/no1321243
Débora Araújo Seabra de Moura, de 32 anos, a primeira professora com síndrome de Down do Brasil, acaba de lançar um livro com fábulas infantis que têm a inclusão como pano de fundo. O livro traz contos que se passam em uma fazenda e têm os animais como protagonistas. Eles lidam com problemas humanos como preconceito e rejeição, caso do sapo deficiente que não conseguia nadar, da galinha excluída do grupo por ser surda e do passarinho de asa quebrada que precisou ganhar a confiança dos outros bichos para poder voar com eles.
Com 32 páginas, a obra Débora conta histórias (Araguaia Infantil, R$ 34,90) estará à venda nas livrarias a partir desta segunda-feira (5). As ilustrações são de Bruna Assis Brasil.
A professora também usa os bichos para abordar a importância da tolerância, respeito e amizade. Uma das fábulas é sobre a discriminação que o pato sofria por não querer namorar outras patas, e sim, patos.
Em outra, Débora conta a história de amizade entre um cachorro e um papagaio. Alguns contos foram escritos baseados em situações vividas por ela. O texto da contracapa é do escritor, membro da Academia Brasileira de Letras, João Ubaldo Ribeiro.
Usei os animais, mas as histórias se encaixam aos humanos. É preciso respeitar e incluir todo mundo, aceitar as diferenças de cada um. Ainda existe preconceito, afirma Débora.
O livro nasceu em 2010, quando a jovem resolveu escrevê-lo para dar presente de Natal aos pais, o médico psiquiatra José Robério e a advogada Margarida Seabra. Queria fazer uma surpresa, e eles ficaram felizes, adoraram a ideia.
Margarida lembra que a filha passou alguns meses dedicada a escrever a obra escondida no quarto, quando a mãe entrava de surpresa ela tratava logo de proteger o presente.
A gente não imaginava, achávamos que fosse um diário. Os contos não foram escritos com a expectativa de se tornar livro, mas como o resultado agradou a todos, Margarida se rendeu aos conselhos e pedidos dos amigos e da família e foi em busca de uma editora. Antes, cogitou publicá-lo de forma independente, mas não foi preciso.
Não foi a primeira vez que a professora testou o lado escritora. Antes do livro de fábulas, escreveu a própria história que depois de ter as folhas impressas e presas por um espiral, foi dada aos pais. Toda a família leu, guardamos como lembrança, mas achei que era comum. Já com as fábulas fiquei muito emocionada. As pessoas se surpreenderam pela dedicadeza das histórias, diz Margarida.
A obra Débora conta histórias será lançada oficialmente no mês de setembro em um evento para convidados, em Natal. Ainda não há data definida.
Escolas regulares
A autora da obra nasceu em Natal (RN) e há nove anos trabalha como professora assistente em um colégio particular tradicional da cidade, a Escola Doméstica. Débora sempre estudou em escolas da rede regular de ensino e se formou no curso de magistério, de nível médio, em 2005.
Quando começou a frequentar a escola, pouco se sabia sobre a síndrome de Down. Débora contou com o apoio da família que contrariou a tendência de matricular a filha uma escola especial, assim como fazia os pais naquela época. Nunca cogitei uma escola especial porque Débora era uma criança comum. A escola especial era discriminatória e ela precisava de desafios. Não sabia muito bem como seria, mas estava aberta para ajudar minha filha a encarar qualquer coisa, diz Margarida.
Nem sempre foi fácil. Débora já foi vítima de preconceito. Ainda na educação infantil, lembra de ter sido chamada de ´mongol´ por um garoto. Ela chorou, ficou magoada, mas encontrou na professora uma aliada que explicou à classe que ´mongóis´ eram os habitantes da Mongólia e ainda ensinou as crianças o que era a síndrome de Down.
Por conta de sua experiência com professora, Débora já foi convidada para palestrar em várias partes do país e até fora dele, como Argentina e Portugal. Sempre que pode participa de iniciativas para ajudar a combater o preconceito, como apresentações teatrais – mais uma de suas paixões.
Fonte: G1
Todas as faces do autismo
Fantástico acerta no primeiro episódio de série sobre a síndrome
Por Silvia Ruiz
05.08.2013

Minha mãe, a babá do meu filho, o porteiro e os colegas de trabalho e amigos vieram me perguntar hoje o que achei do primeiro episódio da série do Fantástico, Autismo - Universo Particular. Confesso que estava com frio da barriga antes de ver. Um programa com a audiência massiva como esse pode colocar a questão da conscientização sobre a síndrome no Brasil num outro patamar. Mas a quantidade de equívocos e bobagens que já vi meus colegas de profissão propagar sobre o tema me deixa sempre com os dois pés atrás. 
O programa foi bom. Muito bom. Fiquei aliviada. Foi didático para quem não entende nada sobre o assunto, teve um dos maiores especialistas do País como consultor, o neurologista Salomão Schwartzman e mostrou sem filtros a realidade de várias famílias de diversos níveis socioeconômicos em diferentes regiões do País. O primeiro episódio teve o mérito de mostrar a amplitude do espectro autista. Do pai de família que leva uma vida "normal", mas perde a bússola com o choro da filha por causa da dificuldade de processamento sensorial, ao autista clássico que não fala e passa horas assistindo a mesma cena de uma série da Disney, passando pelo menino americano de 14 anos gênio da física que tem chances de levar um prêmio Nobel. 
Isso é fundamental para derrubar o estereótipo de que os autistas são como o personagem do filme Rain Man. Para mim, mãe de um autista e razoavelmente bem informada sobre o assunto, o programa teve poucas revelações. Nem deveria ser diferente. Mas me emocionei especialmente com a história do Kevin. É triste ver uma família devastada, cansada e sem saber o que fazer para ajudar o filho. E sem apoio nenhum do Estado. O menino é tão obviamente autista. Não é um caso para dúvidas. E, mesmo depois de passar por seis (SEIS) médicos, o diagnóstico só veio agora, aos oito anos. 
Nas cenas do programa a gente vê o resultado de uma criança que fica oito anos sem tratamento. Kevin se agride, quer tomar dezenas de banhos por dia, numa busca incansável por inputs sensoriais. Tudo isso seria absolutamente contornável com tratamento adequado, que simplesmente não existe no Brasil para quem não pode pagar. E muitas vezes também para quem pode. Como muitos autistas, Tom também tinha enorme dificuldade para dormir antes do início do tratamento, há um ano. Demorava mais de uma hora para pegar no sono. Cansados depois de um dia de trabalho e querendo descasar, não era fácil para nós manter a calma e a cabeça no lugar com uma criança pulando incansavelmente na cama. 
Chorei muitas vezes depois que ele apagava por exaustão. Foram meses de persistência seguindo uma rotina definida por uma equipe multidisciplinar de terapeutas para finalmente a hora do sono deixar de ser um pesadelo para nós. E funcionou. Fui dormir pensando que os pais do Kevin provavelmente teriam mais uma noite sem dormir pela frente. Por culpa do governo que ignora uma condição que atinge cerca de 2 milhões de brasileiros. E torcendo para que o Fantástico continue a série com a mesma qualidade do primeiro episódio. 
Conhecer é um primeiro passo para mudar o quadro, a imprensa, principalmente a TV, tem papel fundamental nisso. 
Silvia Ruiz
Silvia Ruiz é jornalista, mãe da Myra, de 20 anos, e do Tom, de 3.

AUTISMO UNIVERSO PARTICULAR - FANTÁSTICO - 04/08/2013 HD

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Entrevistas para o blog- exclusiva com Alysson Muotri


Esta entrevista também serviu como apoio para a reportagem veiculada no dia 05/08/2012 no Jornal O Globo.

Daniela Laidens

Imaginem um jogador de futebol tentando fazer um gol, lançando a bola no meio do campo... pois foi assim que eu me senti, quando em uma tarde de total pretensão, resolvi fazer um pedido pessoal ao renomado e muito atarefado Dr. Alysson Muotri...
E, para a minha surpresa (e alegria), não demorou muito para que ele me respondesse, acenando positivamente para uma entrevista para o blog. Pronto. A bola estava prestes a entrar. Imaginem: uma pessoa que você é super fã... de repente surge uma oportunidade dessas. Pois foi assim que emplaquei este gol. E estou imensamente feliz de compartilhar com vocês esta entrevista, que fiz com a colaboração do meu marido Anderson e minhas queridas amigas : Jackeliny Souto, mãe da Bruna e do Leo (que já abriu uma janelinha aqui), da Carolina S. Alves Corrêa (mãe do Thiago, do Matheus e da Isadora ) e da Geovana Centeno (mãe do Caio e da Mariana).

foto:extra.globo.com
Após alguns dias, em que mantive contato com o dr. Alysson, apresento à vocês o resultado disso tudo.  

 Alysson Muotri é um neurocientista brasileiro, formado pela Unicamp com doutorado em genética pela USP. Fez pós-doutoramento em neurociência e células-tronco no Instituto Salk de pesquisas biológicas (EUA). Hoje é professor da faculdade de medicina da Universidade da Califórnia.
Em 2010, Muotri conseguiu transformar neurônios de pacientes com a sindrome de Rett em neurônios saudáveis. No início de 2012, fez o mesmo com autismo clássico.

Obrigada, dr. Alysson, pela gentileza, acessiblidade e, principalmente pelo carinho e respeito que tens pelos autistas!

Janelinha para o mundo: Qual foi a tua motivação para começar a trabalhar com o autismo?

Alysson: Comecei a trabalhar com autismo para entender a evolução do lado social do cérebro humano. Fui me interessando cada vez mais pelas diversas síndromes do espectro e me aproximando dos pacientes. Hoje, posso dizer que a minha motivação são os pacientes.

Janelinha para o mundo: Pode-se dizer que o autismo tem na sua grande maioria, fatores unicamente genéticos?

Alysson: Correto. Apesar de não sabermos exatamente qual o modo de herança do autismo (como é transmitido de uma geração para outra), sabemos que a contribuição genética é forte. A dificuldade em entender a parte genética esta no fato de que temos a contribuição de diversos genes ao mesmo tempo, cada um contribuindo de uma forma e intensidade diferente. Existem sim fatores ambientais que contribuem para o autismo, mas numa porcentagem bem pequena (~10%).
  
Janelinha para o mundo: Dentre os inúmeros fatores ambientais que possam desencadear o autismo como os citados e publicados em pesquisas profissionais que enquadram: febre durante a gestação, problemas de depressão ou estresse gestacional, alimentação materna durante a gestação e amamentação, problemas hormonais, inalação tóxica de mercúrio e outras toxinas, etc e outros. Qual destas é cientificamente palpável e plausível para a biologia neuronal?

Alysson: Interessante notar que de todos os fatores ambientais propostos pra explicar o autismo, nenhum mostrou-se forte o suficiente quando estudados de forma profunda. Ao meu ver a explicação estaria justamente na interação entre genética e ambiente, que é diferente em cada um de nós. Portanto, se somarmos uma gestação difícil em uma pessoa geneticamente privilegiada, ela poderá se recuperar ao nascer. A mesma gestação difícil, em um individuo geneticamente propenso, pode levar ao autismo. Acho que é por aí, não dá pra generalizar a questão ambiental na minha opinião.

Janelinha para o mundo: O autismo regressivo também possui causa genética? O que pode explicar a “demora” na sua manifestação?

Alysson: Sim, causa genética também. Imagine que os genes seriam como cartas de baralho e cada pessoa nasce com uma "mão" de 10 cartas. Se dessas 10 cartas, você tem 8 ruins, tem grandes chances de sair do jogo rapidinho, principalmente se os outros jogadores tiverem cartas boas (eles seriam o "ambiente" favorável ou não). Se o acaso lhe der apenas 3 cartas ruins, é capaz de você levar mais tempo pra sair do jogo. Alternativamente, você pode até ganhar o jogo começando com 3 cartas ruins, mas vai depender muito das cartas dos outros jogadores (ambiente). Vejo o autismo de forma semelhante, dependendo dos genes afetados os sintomas são mais cedos ou tardios, mais severos ou brandos.

Janelinha para o mundo: Há uma corrente forte de pais que acreditam que a (atual) quantidade de  vacinas durante a infância podem levar ao autismo. Existe algum estudo novo que comprove cientificamente esta vertente?

Alysson: Não. Existem sim diversos estudos que descomprovam essa teoria. Se existe alguma relação entre vacina é autismo não é regra.

Janelinha para o mundo: Eu tenho uma menina, com idade de 4 anos (diagnosticada com 3), que está em pleno desenvolvimento, graças ao diagnóstico precoce. Podes nos explicar por que o autismo é mais comum em meninos?

Alysson: Ninguém sabe ao certo. Uma das teorias é que muitos dos genes ligados ao autismo estão presentes no cromossomo X. Meninos (XY) possuem um único cromossomo X, enquanto que meninas (XX) possuem dois cromossomos X. Portanto, meninas possuem duas cópias de cada gene presente no cromossomo X. Caso uma das copias esteja alterada, elas possuem uma segunda copia funcional que daria maior resistência.

Janelinha para o mundo: É possível diagnosticar um feto com autismo através de análises genéticos e/ou laboratoriais após a conclusão de pesquisas como a sua e após descobertas medicamentosas desse porte?  

Alysson: Em teoria sim, mas não fizemos esse experimento ainda. O desenho experimental seria o de coletar células de uns 100 neonatos, gerar redes nervosas em laboratório usando nosso modelo, identificar aqueles propensos ao autismo e esperar até que os sintomas apareçam para confirmar o diagnóstico. Trabalhoso e demorado, mas vai ser feito no futuro, pois o impacto para a humanidade de uma ferramenta de diagnóstico desse tipo seria enorme.

Janelinha para o mundo: Encontrar a descoberta de uma droga eficaz é mais uma questão de tempo ou de financiamento?

Alysson:  Certamente uma questão de financiamento. Temos o modelo e as bibliotecas químicas, mas precisamos de financiamento para juntar as duas coisas. No meu laboratório, leva-se anos para testar algumas drogas manualmente. Queremos testar milhares de drogas em poucos meses usando métodos automáticos.

Janelinha para o mundo: Seu trabalho já reverteu o autismo clássico em um neurônio. E quanto aos casos mais leves como o Asperger, estariam solucionados, caso a descoberta de uma droga para os mais graves se concretizasse?

Alysson:  Uma parte do meu laboratório se preocupa em repetir esses experimentos com diversos tipos de autismo, inclusive Asperger. Sinceramente, acho que vai funcionar da mesma maneira.

Janelinha para o mundo: Seria possível considerar um prazo estimado para que esta tua pesquisa se reverta em uma medicação disponível para venda no mercado?

Alysson: O prazo estimado se tudo correr bem é de 10 anos, incluindo os ensaios clínicos e considerando que teremos uma nova droga experimental nos próximos 2-3 anos.

Janelinha para o mundo: Já existe algum interesse de laboratórios farmacêuticos ?

Alysson:  Estamos namorando com algumas Farmas, mas até agora nada de concreto.

Janelinha para o mundo: Esta medicação valeria para os autistas adultos?

Alysson: A resposta só viria com os ensaios clínicos em pacientes, mas não vejo porque não funcionar. A reversão em laboratório foi observada com neurônios funcionais, portanto ficaria surpreso se não funcionasse.

Janelinha para o mundo: Li recentemente, na Revista Autismo, uma possível parceria sua com a Microsoft. Isso é formidável. De que maneira este encontro pode beneficiar suas pesquisas?

Alysson:  A idéia é usar a parceira da Microsoft no desenvolvimento de uma plataforma inteligente para leitura e quantificação automática das sinapses formadas nas culturas de neurônios em laboratório. Seria a automatização de mais um passo do processo. A biologia já provou que o modelo funciona, precisamos agora da engenharia para acelerar e otimizar o caminho.

Janelinha para o mundo: Qual a participação e o interesse do governo brasileiro em sua pesquisa sobre o autismo ?

Alysson:  Zero. Ao contrario dos EUA e outros paises, nunca fui contactado pelo governo brasileiro sobre minha pesquisa com autismo. Faria sentido pois sou brasileiro e tenho interesse em levar futuros ensaios clínicos ao Brasil. No entanto estou fora do país há muito tempo e talvez não saiba exatamente como proceder para despertar o interesse do Brasil nessa área.

Janelinha para o mundo: As famílias têm pressa, mas não têm dinheiro; talvez tenham os meios para arrecadá-lo em um movimento internacional que poderia contar com empresas como o Facebook. O que achas disso? Acreditas que é viável uma campanha destas?

Alysson: Sim, acho que esse é o caminho. Não dá pra esperar ajuda do governo ou da indústria farmacêutica. Mesmo o governo americano não estando na melhor fase de financiamento de pesquisa, talvez a situação melhore no futuro, mas agora nos EUA é época de vacas magras. A indústria farmacêutica investiu bilhões em modelos de doenças neurológicas usando camundongos ou outros modelos não-relevantes. Elas tem medo de entrar num negócio novo e arriscado, preferem esperar pelos avanços da academia, que é mais vagaroso. Esse tem sido o quadro atual na minha constante busca por captação de recursos.

Janelinha para o mundo:  Uma pesquisa dessa importância e grandeza como as suas sobre autismo exige o foco integral do pesquisador ou há como se dividir com projetos paralelos?

Alysson:  Existem alguns projetos paralelos no laboratório, mas a maioria é focada no entendimento das causas do autismo e intervenção terapêutica no espectro autista.

Janelinha para o mundo:  Tens notícias dos outros grupos de pesquisadores, e dos resultados de suas respectivas pesquisas, que decidiram também pesquisar sobre o autismo, após a publicação da sua aclamada pesquisa sobre a Síndrome de Rett ?  Chegam a ocorrer trocas de “figurinhas” entre sua equipe e estes novos grupos?

Alysson: Sim, desde nossa publicação, outros grupos foram capazes de reproduzir nossos achados e inclusive mostrar resultados semelhantes em outras síndromes do espectro. Foi um salto enorme para a ciência e tem muita gente de olho nesse novo modelo. Posso dizer que a competição aumentou pro meu lado, mas não me importo, o que interessa é que tem mais gente pesquisando o autismo agora. A percepção de que existe a possibilidade de reversão dos sintomas do espectro autista é extremamente atraente aos cientistas, pois é muito mais agradável trabalhar em uma condição aonde existe esperança de tratamento ou cura.

Janelinha para o mundo: Depois de tua pesquisa ser divulgada, ficaste muito conhecido e “assediado” pelos pais brasileiros – e do mundo inteiro, que ainda não conheciam o teu abençoado trabalho. Viraste uma espécie de “ídolo” para nós. Isso te motiva ainda mais? 

Alysson:  Tento desmistificar essa imagem de "ídolo". Não fiz isso sozinho, tenho uma equipe excelente e motivada que acredita num futuro melhor para os pacientes. Continuo fazendo meu trabalho e não vou parar enquanto não encontrar uma maneira de ajudar os autistas a se tornarem mais independentes. Esse sim é meu objetivo final.

Janelinha para o mundo: Pais especiais tem preferência, tem sede e pressa. Quem poderia participar do programa de "cobaia-humana (clinical trial)" quando esses remédios forem autorizados para testes? E quanto tempo podemos esperar? O Brasil entraria no rol de designáveis?

Alysson:  Quando o momento chegar, vamos procurar por grupos de pacientes com características clínicas semelhantes. Por exemplo, pacientes com determinada idade, verbais ou não, com diâmetro cerebral grande ou pequeno e por aí vai. Quanto mais homogêneo o grupo inicial, melhor, pois os dados serão mais conclusivos, mais claros. Ainda não tenho esse perfil, mas provavelmente começaremos com adultos autistas clássicos. Sim, minha idéia sempre foi de fazer testes em dois lugares independentes, na California e no Brasil. Lógico que isso vai depender de outros fatores (suporte médico, apoio financeiro, etc), mas até lá ainda tem um tempinho. Tenho muita confiança no método científico e acho que o novo modelo abriu novas portas para o entendimento do autismo, trazendo esperanças para tratamento. É a luz

Janelinha para o mundo:  Agora falando no projeto “ a fada do dente” – apenas dentinhos de leite coletados de crianças diagnosticadas com o autismo clássico serão pesquisadas? Como os pais podem ajudar/enviar este material?

Alysson:  Sim, estamos focando em autismo clássico agora porque já coletamos bastante material dos outros tipos de autismo. A melhor forma de colaborar é entrar em contato pelo email projetoafadadodente@yahoo.com e pedir informações sobre como participar da pesquisa.

Janelinha para o mundo: E o surf? No meio desta tua vida agitada, ainda tem tempo para esta paixão?

Alysson: Porque estou viajando muito (muito mesmo), tive que reduzir o surf, mas sempre que dá eu caio na água. Assim como a Yoga, o surf me ajuda no equilíbrio físico e intelectual.

Janelinha para o mundo:
Que Deus abençõe suas ondas, seu corpo e espírito. Que continues sendo esta luz acesa, brilhante, aquecendo os corações de todas as famílias dos autistas. Namastê, dr. Alysson !

sábado, 27 de julho de 2013

Sugestão para leituras

PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA : SíndromesGenéticashttp://taismarapsicopedagoga.blogspot.com.br/2013/01/sindromes-geneticas.html

http://www.coladaweb.com/biologia/genetica/sindromes-geneticas/sindromes-infantis

http://criancagenial.blogspot.com.br/2008/04/criancas-especiais-sindrome-de-wiliams.html

http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/sindrome-willians.htm 


Fonte: http://portal.aprendiz.uol.com.br/2013/01/02/conheca-10-filmes-inspiradores-sobre-educacao/
Sugestões de 9 filmes sobre educação para reflexão...

A educação proibida, de German Doin (2012) O longa-metragem argentino, produzido de forma independente e disponível gratuitamente na Internet, mostra 45 experiências de ensino não convencionais. A ideia é incentivar que se repense as metodologias, valorize a diversidade educativa, a liberdade pedagógica e curricular. Assista, na íntegra:

Entre os muros da escola, de Laurent Cantet (2009) O filme francês expõe o choque cultural e social dentro de uma sala de aula, entre professor e alunos que vivem em constante conflito. Como sustentar um projeto pedagógico quando os estudantes não demonstram disposição e interesse é o foco da questão.

Waiting for Superman, de Davis Guggenheim (2010) A crise da educação pública nos Estados Unidos é o tema central do documentário, que apresenta ainda a busca incessante dos educadores por uma saída dentro de um sistema problemático.

Ser e Ter,de Nicholas Philibert (2002) O documentário mostra a rotina de uma escola no interior da França em que crianças de várias idades dividem a mesma sala de aula, modelo educativo comum na região. Além de ressaltar a influência do educador na formação dos alunos, “Ser e Ter” abre a mente para as diversas possibilidades de educação.

O filme alemão conta a história de um professor do Ensino Médio que, ao assumir um curso sobre autocracia, decide proporcionar uma experiência prática que explique os mecanismo de fascismo e poder. No decorrer do enredo, o longa-metragem aborda o contexto de uma juventude desmotivada e descrente em um futuro diferenciado.

Em um contexto social problemático e violento, uma jovem professora que trabalha em um bairro periférico nos Estados Unidos ensina seus alunos valores de tolerância e disciplina, promovendo uma reforma educacional na comunidade.

Pro dia nascer feliz, de João Jardim (2006) Trata-se de um diário de observação da vida de adolescentes no Brasil em escolas públicas e particulares de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. O documentário flagra as angústias e inquietações dos alunos e como eles se relacionam no ambiente fundamental para sua formação.

Corrida para lugar nenhum, de Vicky Abeles (2010) Documentário mostra como a pressão da escola e da família para que os jovens sejam bem-sucedidos traz traumas psicológicos irreversíveis. O filme faz uma crítica à cultura da competitividade e da alta performance vigente na educação dos Estados Unidos.

A Sociedade dos poetas mortos, de Peter Weier (1989) O longa-metragem norte-americano conta a história de um professor de poesia que dribla os valores tradicionais e conservadores da escola onde trabalha e motiva seus alunos a contestarem e serem livres pensadores.

 Primeiros anos: O que fazer por meu filho autista na fase pré-escolar?


Primeiros anos: O que fazer por meu filho autista na fase pré-escolar?
Quando a criança está na fase pré-escolar e é diagnosticada com autismo ou Síndrome de Asperger, você pode experimentar sentimentos de tristeza e frustração. Mas lendo informações sobre o autismo, e fazendo uso das fontes de ajuda prática à disposição, você vai descobrir que há muito a fazer nesta fase para maximizar o desenvolvimento do seu filho. Este guia vai lhe ajudar a encontrar estratégias e programas úteis.

A intervenção precoce é conhecida por ajudar as crianças que estão com transtornos do desenvolvimento, incluindo a Transtorno do Espectro Autista (TEA), e a participação dos pais é essencial.
Algumas intervenções trabalham com e através dos pais para ajudar a sua criança (por exemplo, o programa Antecipada). Outros envolvem a criança em casa à base de programas intensivos (por exemplo, ABA (Análise do Comportamento Aplicada) e as opções do programa Son-Rise).
Há outras maneiras em que os pais podem escolher para ajudar a sua criança, tais como:
    • usando símbolos de imagem para o desenvolvimento da comunicação
    • tentando uma dieta sem glúten e / ou caseína
    O programa Antecipada

    Antecipada é um programa-mãe de três meses. Ele combina sessões de formação do grupo para os pais com visitas domiciliares individual, quando o feedback de vídeo é usado para ajudar os pais a aplicar o que aprenderam quando eles estão trabalhando com seus filhos.
    A pesquisa, realizada depois de configurar o programa Antecipada, confirmou os sentimentos dos pais de ser ajudado por que nele participam.
    Os pais têm um compromisso semanal com uma sessão de treinamento de três horas, ou uma visita domiciliar, e os trabalhos em curso com seu filho em casa, durante o programa de três meses de duração. Este modelo de curto prazo, com foco de intervenção precoce apoia pais no período entre o diagnóstico e o seu filho começar a escola.
    Antecipada destina-se a ajudar os pais a compreender que o desenvolvimento e o comportamento de seus filhos pré-escolares com autismo.
    ABA  O método Lovaas é uma abordagem de terapia intensiva precoce de comportamento para crianças com autismo e outras desordens relacionadas. É também conhecida como a UCLA (University of California Los Angeles) Modelo de Análise Comportamental Aplicada (ABA). É baseado na experiência de um clínico americano e pesquisas realizadas ao longo de mais de 30 anos por Ivar Lovaas. Lovaas e seus colegas recomendam que o tratamento deve começar o mais cedo possível, preferencialmente antes da criança completar cinco anos e, idealmente, antes que a criança chegue a três anos e meio. Isso é necessário para ensinar base social, educacional e habilidades para a vida diária. Ela também pode reduzir comportamentos estereotipados e destrutivos antes de serem estabelecidas. O programa baseado em casa é constituída por 40 horas semanais de terapia intensiva.  Resultados de estudos de Lovaas mostram a importância de manter estas horas, a fim de maximizar os benefícios para a criança. A terapia é na base de um-para-um de seis à oito horas por dia, de cinco à sete dias por semana, durante dois anos ou mais. Ensino em  sessões duram geralmente duas ou três horas sem interrupção. A intensidade da terapia significa que normalmente existe a necessidade de estabelecer uma equipe do programa, que normalmente consiste em pelo menos três pessoas. Essas pessoas participam do programa de formação. Todas as habilidades são divididas em pequenas tarefas, que são realizáveis e ensina de uma forma muito bem estruturada, acompanhada de muitos elogios e reforço. Exemplos de reforços são pequenas mordidas de comida, brincar com um brinquedo favorito e recompensas sociais, como elogios, abraços e cócegas. O programa de intervenção progride muito lentamente desde o ensino básico de auto-ajuda e das competências linguísticas, para o ensino de habilidades de imitação não-verbal e verbal, e que estabelece o início do jogo brinquedo. Depois que a criança tenha dominado as tarefas básicas, a segunda fase se inicia no ensina expressivo da linguagem abstrata e jogos interativos com seus pares. Em estágios mais avançados da intervenção da criança pode ser ensinada em casa e na escola. Lovaas e seus colegas acreditam que a intervenção precoce com uma minoria significativa de crianças (cerca de 50%) com autismo e transtornos relacionados são capazes de atingir a atividade educacional e intelectual normal pela idade de sete anos.Para as crianças que não atingem o funcionamento normal é  há geralmente diminuições substanciais nos comportamentos inadequados e aquisição da linguagem básica também é alcançado. O tratamento é extremamente longo e intenso e pode revelar-se muito caro. No entanto, um número crescente de pais têm utilizado este método e se mostram satisfeitos com os resultados.
    O Programa Son-Rise Este programa utiliza uma abordagem interativa para a intervenção precoce enfatizando a importância de desenvolver uma relação e comunicação entre a criança e seus pais. O programa é centrado na criança: a criança não é julgada e os seus comportamentos não são vistos como bons ou maus, mas sim a criança é vista como fazendo o melhor que pode. O método foi desenvolvido a partir dos esforços de Barry e Samahria Kaufman para ajudar seu filho autista, Raun. Os Kaufman projetaram e implementaram um programa baseado em casa para Raun, e depois publicaram suas experiências, que também foi feito um filme, 'Meu filho, meu mundo. Como o interesse cresceu, em 1983, eles estabeleceram a opção pelo Instituto e Bolsas nos Estados Unidos. A opção pelo Instituto oferece programas de formação para famílias com crianças especiais, utilizando os métodos originados por Samarhia Kaufman e ensinado sob a sua supervisão. A filosofia Son-Rise incentiva os pais (ou professor, terapeuta ou facilitador) a se tornarem o aluno no mundo da criança, observar, aprender, ajudar e apoiar o desenvolvimento da criança em um ambiente de amor e não julgamento. A criança torna-se o professor, orientador do processo, descobrindo e explorando o eu e o mundo.Esta abordagem de ir com a criança, ao invés de contra, ajuda a criança a tornar-se mais motivados a explorar e desenvolver. Muitas das idéias utilizados nesta abordagem pode ser vista em paralelo princípios que subjazem aos procedimentos de intervenção comportamental, especialmente aqueles utilizados no ensino suave. Os pais são treinados e, em seguida, configuram e gerenciam o programa em casa. O uso de uma sala de terapia, projetado para oferecer com o mínimo de distração é recomendado. A sala de tratamento deve ter difusores nas janelas, uma fonte de luz difusa artificial e apenas um adulto que trabalha com a criança a qualquer momento. Estas medidas se destinam a filtrar as distrações e ajudar a criança a se concentrar. Os materiais são colocados fora do alcance das crianças e só pode ser obtido pela criança através da comunicação com o adulto. A opção de abordagem enfatiza a imitação, com base em uma pesquisa mostrando que um adulto imitando as ações de uma criança aumenta o contato visual entre os dois e se desenvolve o uso de brincadeiras criativas.
    Usando símbolos imagem Crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista) têm dificuldades com a comunicação social e são muitos lentos para desenvolver uma compreensão e utilização da linguagem falada. Como as pessoas com autismo são freqüentemente visuais, métodos de comunicação visual, tais como o uso de símbolos de imagem, pode realmente ajudar. O Picture Exchange Communication System (PECS) foi desenvolvido nos E.U.A. em 1987,  para ajudar crianças com TEA aprender a fazer pedidos e comunicar as suas necessidades. PECS ensina as crianças a trocar a placa de imagem de algo que eles gostam e querem. Objetos, imagens ou símbolos podem ser utilizados, de acordo com o nível de desenvolvimento da criança, mas muitas crianças com autismo encontram a linha menos detalhada do desenho de um símbolo de fácil compreensão, especialmente se esta for acompanhada de palavras escritas. PECS primeiro avalia as preferências da criança para um pequeno número de itens alimentares e alguns brinquedos. A criança é, então, ensinada em uma série de pequenos passos, para troca de um símbolo que representa um destes alimentos para o item em si. No primeiro, dois adultos auxiliam, será solicitado a troca do símbolo, ao invés de pegar o item que eles querem. A criança deve gradualmente tornar-se independente do adulto alertando e aprendendo que a comunicação é um processo de duas vias que podem atingir as necessidades desejadas. PECS é fácil de usar e não envolve equipamentos caros, testes ou de formação, apesar de existirem cursos de formação para os profissionais. PECS ajuda as crianças pré-verbais com autismo aprenderem a expressar suas necessidades. As crianças que já podem falar também podem se beneficiar do uso de símbolos de imagem para ajudá-los a compreender a seqüência de rotinas diárias. Usando imagens desta forma pode evitar acessos de raiva e ajudar as crianças a aprenderem as habilidades que envolvem a seqüência, como se vestir. Os símbolos também podem ser usados para ajudar a criança a compreender as escolhas, ou para reforçar o conceito de que algo está terminado e mostrar à criança o que vai acontecer em seguida.
    modificação da dieta Alguns pais usam uma dieta livre de glúten e / ou caseína para os seus filhos com um TEA. Glúten e caseína são encontrados em muitos alimentos processados, bem como em alimentos como pão, bolachas e bolos (glúten), e produtos lácteos (caseína). Carne, legumes e frutas não contém glúten ou caseína. Parece que as crianças que são mais propensas à problemas intestinais como constipação, diarréia ou fezes anormais, são mais beneficiadas com a dieta. Investigação sobre os efeitos das dietas de exclusão, e em área relacionada com o uso da secretina, ainda está em curso. Os pais podem obter ajuda no planejamento de uma dieta livre de glúten e / ou caseína, podem procurar uma nutricionista. Muitos supermercados oferecem produtos que são isentos de glúten. produtos estão disponíveis mediante receita médica em farmácias e outros são vendidos em lojas de saúde.
    Conclusão Existem várias opções disponíveis para a intervenção na idade pré-escolar. A escolha de qual é o melhor, provavelmente, variam de acordo com as preferências pessoais, finanças e tempo disponível. Há evidências de que estes podem ajudar uma criança em se adaptar ao seu entorno e, apesar de não fornecer qualquer tipo de cura, pode ajudar a melhorar a sua qualidade de vida
CORA
O Centro de Otimização para Reabilitação do Autista – CORA é uma entidade sem fins lucrativos, que tem por objetivo promover o atendimento aos portadores do Transtorno do Espectro Autístico auxiliando no desenvolvimento de habilidades sociais, terapêuticas e pedagógicas. Com uma proposta pedagógica associada à assistência social, promove ainda atendimento às famílias e o fortalecimento das comunidades. Nossos Programas e Projetos têm como missão específica buscar a mobilização dos diversos atores sociais (família, escolas e entidades ligadas às redes locais) para atuarem em parceria com o CORA.


ATENDIMENTOS
Centro de Atendimento Especializado em Transtornos do Espectro Autista no CORA
Nosso endereço: Rua Honório Bicalho, 102 - Penha RJ/RJ
Para marcar avaliação, enviar um e-mail com nome completo, idade, e telefone para contato, para contato@corautista.org assunto: Triagem e aguarde nosso contato.
Na primeira etapa é feita uma avaliação social. Segunda etapa, avaliação do TGD.
Não temos limite de idade para atendimento. Atendemos crianças, adolescentes e adultos.
Isenção de atendimento somente para os que comprovarem baixa renda. Para quem pode pagar é cobrado uma taxa mensal.
             CORA                                                                                                                                                                     O Centro de Otimização para Reabilitação do Autista – CORA é uma entidade sem fins lucrativos, que tem por objetivo promover o atendimento aos portadores do Transtorno do Espectro Autístico auxiliando no desenvolvimento de habilidades sociais, terapêuticas e pedagógicas. Com uma proposta pedagógica associada à assistência social, promove ainda atendimento às famílias e o fortalecimento das comunidades. Nossos Programas e Projetos têm como missão específica buscar a mobilização dos diversos atores sociais (família, escolas e entidades ligadas às redes locais) para atuarem em parceria com o CORA.
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Nosso endereço: Rua Honório Bicalho, 102 - Penha RJ/RJ
Para marcar avaliação, enviar um e-mail com nome completo, idade, e telefone para contato, para contato@corautista.org assunto: Triagem e aguarde nosso contato.
Na primeira etapa é feita uma avaliação social. Segunda etapa, avaliação do TGD.
Não temos limite de idade para atendimento. Atendemos crianças, adolescentes e adultos.
Isenção de atendimento somente para os que comprovarem baixa renda. Para quem pode pagar é cobrado uma taxa mensal.



COMO DEVO LIDAR COM MEU FILHO AUTISTA?

Comece por você, se reeduque, pois daqui prá frente seu mundo será totalmente diferente de tudo o que conheceu até agora. Se reeducar quer dizer: fale pouco, frases curtas e claras; aprenda a gostar de musicas que antes não ouviria; aprenda a ceder, sem se entregar; esqueça os preconceitos, seus ou dos outros, transcenda a coisas tão pequenas. Aprenda a ouvir sem que seja necessário palavras; aprenda a dar carinho sem esperar reciprocidade; aprenda a enxergar beleza onde ninguém vê coisa alguma; aprenda a valorizar os mínimos gestos. Aprenda a ser tradutora desse mundo tão caótico para ele, e você também terá de aprender a traduzir sentimentos, um exemplo disso: "nossa, meu filho tá tão agressivo", tradução: ele se sente frustrado e não sabe lidar com isso, ou está triste, ou apenas não sabe te dizer que ele não quer mais te ver chorando por ele.

Você irá educar bem seu filho se aprender a conhecer o autismo "dele", pois cada um tem o seu próprio, mesmo que inserido em uma síndrome comum.

Deverá aprender a respeitar o seu tempo, o seu espaço, e reconhecer mesmo com dificuldades que ele tem habilidades, e verá que no fundo elas são tão espetaculares !

Você irá aprender a se derreter por um sorriso, a pular com uma palavra dita, e a desafiar um mundo inteiro quando este lhe diz algum não.

Você começará a ver que com o tempo está adquirindo super-poderes, e que a Mulher-Maravilha ou o Super-Homem, não dariam conta de 10% do que você faz.

Você tem o super poder de estar em vários lugares ao mesmo tempo, afinal escola, contra-turno, natação, integração sensorial, consultas, fono, pedagoga, ufa...dar conta de tudo isso só se multiplicando e ainda se teletransportando ! Você é a primeira que acorda e última que vai dormir,isso é, quando ele te deixa dormir, e no outro dia tá sempre com um sorriso no rosto ao despertar do teu galã. Você faz malabarismos e consegue encaixar o salário da familia, em tantas contas e coisas que precisa fazer, que só mesmo com super-poderes. Você nota que seu cérebro é privilegiado, embora você nunca tivesse imaginado que dentro de você haveria um pequeno Enstein, pois desde o diagnóstico de seu filho, você já estudou: neurologia, psiquiatria, pediatria, fonoaudiologia, pedagogia,nutrição, farmácia, homeopatia, terapias alternativas, e tantas outras matérias. Você dá aula de autismo, ouve muitas bobagens em consultórios de bacanas, e ainda ensina muitos deles o que devem fazer ou qual melhor caminho a seguir para que seu filho possa se dar bem. Ah... e a informática que anteriormente poderia lhe parecer um bicho-de-sete-cabeças ... à partir deste filho, você encarou, e domina o cyberespaço como ninguém! São tantas listas de autismos, blogs, facebook, orkut, twitter ... ih ... pesquisa no google então, já virou craque, ninguém encontra nada mais rápido que você !

Uma hora você verá o que essa "reeducação" proporcionou a você, pois hoje você é uma pessoa totalmente diferente do que era antes de ser mãe de um autista. Nossa como você mudou, hein? E topará com a pergunta que não quer calar: "como devo educar meu filho autista?" Olhará ao redor, olhará para seu filho e perceberá que ele também está diferente, que ele cresceu, que já não é tão arredio, que as birras já não se repetem tanto, que ele até já te joga beijos! Que aquela criança que chegou solitária na escola, hoje já busca interagir, e já até fez algum amiguinho. Que ele já está aprendendo "jeitinhos" de se virar, e nem te requisita tanto mais. Então, chegará a conclusão que mesmo sem saber responder a tal pergunta, você tá fazendo um bom trabalho, e que ninguém no mundo poderia ser melhor mãe/pai que você para esse filho!

Por Claudia Moraes