segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013


Os desafios da Educação inclusiva: foco nas redes de apoio

Para fazer a inclusão de verdade e garantir a aprendizagem de todos os alunos na escola regular é preciso fortalecer a formação dos professores e criar uma boa rede de apoio entre alunos, docentes, gestores escolares, famílias e profissionais de saúde que atendem as crianças com Necessidades Educacionais Especiais


5. Como formar redes de apoio à Educação inclusiva
Matheus Santana da Silva, aluno autista, com seu pai na biblioteca da escola. Foto: Marcelo Min
Matheus Santana da Silva, aluno autista, com seu pai na biblioteca da escola.
Os sistemas de apoio começam na própria escola, na equipe e na gestão escolar. O aluno com necessidades especiais não é visto como responsabilidade unicamente do professor, mas de todos os participantes do processo educacional. A direção e a coordenação pedagógica devem organizar momentos para que os professores possam manifestar suas dúvidas e angústias. Ao legitimar as necessidades dos docentes, a equipe gestora pode organizar espaços para o acompanhamento dos alunos; compartilhar entre a equipe os relatos das condições de aprendizagens, das situações da sala de aula e discutir estratégias ou possibilidades para o enfrentamento dos desafios. Essas ações produzem assuntos para estudo e pesquisa que colaboram para a formação continuada dos educadores.
A família compõe a rede de apoio como a instituição primeira e significativamente importante para a escolarização dos alunos. É a fonte de informações para o professor sobre as necessidades específicas da criança. É essencial que se estabeleça uma relação de confiança e cooperação entre a escola e a família, pois esse vínculo favorecerá o desenvolvimento da criança.
Profissionais da área de saúde que trabalham com o aluno, como fisioterapeutas, psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos ou médicos, também compõem a rede. Esses profissionais poderão esclarecer as necessidades de crianças e jovens e sugerir, ao professor, alternativas para o atendimento dessas necessidades.
Na perspectiva da Educação inclusiva, os apoios centrais reúnem os serviços da Educação especial e o Atendimento Educacional Especializado (AEE). São esses os novos recursos que precisam ser incorporados à escola. O aluno tem direito de frequentar o AEE no período oposto às aulas. O sistema público tem organizado salas multifuncionais ou salas de apoio, na própria escola ou em instituições conveniadas, com o objetivo de oferecer recursos de acessibilidade e estratégias para eliminar as barreiras, favorecendo a plena participação social e o desenvolvimento da aprendizagem.
Art. 1º. Para a implementação do Decreto no 6.571/2008, os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos; Art. 2º. O AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem; Parágrafo Único. Para fins destas Diretrizes, consideram-se recursos de acessibilidade na Educação aqueles que asseguram condições de acesso ao currículo dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo a utilização dos materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e equipamentos, dos sistemas de comunicação e informação, dos transportes e dos demais serviços. (CNB/CNE, 2009).
Ainda que não apresente números consideráveis, a inclusão tem sido incorporada e revela ações que podem ser consideradas práticas para apoiar o professor. Ter um segundo professor na sala de aula, é um exemplo, seja presente durante todas as aulas ou em alguns momentos, nas mais diversas modalidades: intérprete, apoio, monitor ou auxiliar. Esse professor poderá possuir formação específica, básica ou poderá ser um estagiário. A participação do professor do AEE poderá ocorrer na elaboração do planejamento e no suporte quanto à compreensão das condições de aprendizagem dos alunos, como forma de auxiliar a equipe pedagógica.
Outra atividade evidenciada pela prática inclusiva para favorecer o educador é a adoção da práxis - no ensino, nas interações, no espaço e no tempo - que relacione os diferentes conteúdos às diversas atividades presentes no trabalho pedagógico. São esses procedimentos que irão promover aos alunos a possibilidade de reorganização do conhecimento, à medida que são respeitados os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem.
Vale ressaltar que a Educação inclusiva, como prática em construção, está em fase de implementação. São muitos os desafios a serem enfrentados, mas as iniciativas e as alternativas realizadas pelos educadores são fundamentais. As experiências, agora, centralizam os esforços para além da convivência, para as possibilidades de participação e de aprendizagem efetiva de todos os alunos.

Sobre a especialista
Daniela Alonso é educadora, consultora de projetos educacionais, selecionadora do Prêmio Educador Nota 10, psicopedagoga, especialista em Educação Inclusiva.
 

Quer saber mais?
Bibliografia
Declaração de Salamanca, Ministério da Educação
A atenção educacional à diversidade: escolas inclusivas. R. Blanco, In: Marchesi, A., Tedesco, J.C., e
A sala de aula inclusiva. Daniela Alonso e S. Casarin. São Paulo. No prelo 2012.
Diversidade como paradigma de ação pedagógica na Educação. R. E. Carvalho. In: Revista da Educação Especial. MEC/SEESP. Out. 2005.
Flexibilização Curricular: um caminho para o atendimento de aluno com deficiência. E. Lopes, PDE, Universidade Estadual de Londrina. Paraná. 2008. Disponível em:http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/786-2.pdf
Qualidade, equidade e reformas no ensino. Coll, C. Madri: OEI-Fundação Santillana, 2009.

Documentos
Resolução CNE/CEB Nº 2. Art. 5º, Inciso III, MEC. 2001. Parâmetros Curriculares Nacionais: Adaptações Curriculares/Secretaria de Educação Fundamental. Secretaria de Educação Especial. - Brasília: MEC/SEF/SEESP, 1998.
Resolução CNE/CEB nº 04/2009 e Parecer CNE/CEB nº 13/2009http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf


Os desafios da Educação inclusiva: foco nas redes de apoio

Palavra de especialista
Para fazer a inclusão de verdade e garantir a aprendizagem de todos os alunos na escola regular é preciso fortalecer a formação dos professores e criar uma boa rede de apoio entre alunos, docentes, gestores escolares, famílias e profissionais de saúde que atendem as crianças com Necessidades Educacionais Especiais


4. Flexibilização e adaptação curricular em favor da aprendizagem
Benjamin Saidon, aluno com síndrome de Down da Nova Escola Judaica Bialik Renascença, em atividade na sala de aula com colegas. Foto: Marcelo Min
Benjamin Saidon, aluno com síndrome de Down da Nova Escola Judaica Bialik Renascença, em São Paulo.
Para estruturar as flexibilizações na escola inclusiva é preciso que se reflita sobre os possíveis ajustes relativos à organização didática. Qualquer adaptação não poderá constituir um plano paralelo, segregado ou excludente. As flexibilizações e/ou adequações da prática pedagógica deverão estar a serviço de uma única premissa: diferenciar os meios para igualar os direitos, principalmente o direito à participação, ao convívio.
O desafio, agora, é avançar para uma maior valorização da diversidade sem ignorar o comum entre os seres humanos. Destacar muito o que nos diferencia pode conduzir à intolerância, à exclusão ou a posturas fundamentalistas que limitem o desenvolvimento das pessoas e das sociedades, ou, que justifiquem, por exemplo, a elaboração de currículos paralelos para as diferentes culturas, ou para pessoas com necessidades educacionais especiais. (BLANCO, 2009).
Além disso, para que o projeto inclusivo seja colocado em ação, há necessidade de uma atitude positiva e disponibilidade do professor para que ele possa criar uma atmosfera acolhedora na classe. A sala de aula afirma ou nega o sucesso ou a eficácia da inclusão escolar, mas isso não quer dizer que a responsabilidade seja só do professor. O professor não pode estar sozinho, deverá ter uma rede de apoio, na escola e fora dela, para viabilizar o processo inclusivo.
Para crianças com necessidades educacionais especiais uma rede contínua de apoio deveria ser providenciada, com variação desde a ajuda mínima na classe regular até programas adicionais de apoio à aprendizagem dentro da escola e expandindo, conforme necessário, à provisão de assistência dada por professores especializados e pessoal de apoio externo. (Declaração de Salamanca, 1994).


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3. O que significa ter um projeto pedagógico inclusivo?
Marilda Dutra, professora de Geografia, e Marcia Maisa Leite Buss, intérprete, da EE Nossa Senhora da Conceição, e seus alunos em sala de aula. Foto: Eduardo Marques
Marilda Dutra, professora de Geografia, e Marcia Maisa Leite Buss, intérprete de libras, da EE Nossa Senhora da Conceição, e seus alunos.
As barreiras que podem impedir o acesso de alguns alunos ao ensino e à convivência estão relacionadas a diversos componentes e dimensões da escolarização. Ocorrem, também, impedimentos na ação dos educadores. Vejamos os principais pontos revelados na experiência com educadores no exercício da Educação inclusiva, para todos.
Educadores reconhecem, cada vez mais, a diversidade humana e as diferenças individuais que compõem seu grupo de alunos e se deparam com a urgência de transformar o sistema educacional e garantir um ensino de qualidade para todos os estudantes. Não basta que a escola receba a matrícula de alunos com necessidades educacionais especiais, é preciso que ofereça condições para a operacionalização desse projeto pedagógico inclusivo. A inclusão deve garantir a todas as crianças e jovens o acesso à aprendizagem por meio de todas as possibilidades de desenvolvimento que a escolarização oferece.
As mudanças são imprescindíveis, dentre elas a reestruturação física, com a eliminação das barreiras arquitetônicas; a introdução de recursos e de tecnologias assistivas; a oferta de profissionais do ensino especial, ainda em número insuficiente. Além da compreensão e incorporação desses serviços na escola regular são necessárias alternativas relativas à organização, ao planejamento e à avaliação do ensino.

Outro ponto importante refere-se à formação dos professores para a inclusão. A transformação de paradigma na Educação exige professores preparados para a nova prática, de modo que possam atender também às necessidades do ensino inclusivo. O saber está sendo construído à medida que as experiências vão acumulando-se e as práticas anteriores vão sendo transformadas. Por isso, a formação continuada tem um papel fundamental na prática profissional.
A inclusão de pessoas com necessidades especiais faz parte do paradigma de uma sociedade democrática, comprometida com o respeito aos cidadãos e à cidadania. Esse paradigma, na escola, apresenta-se no projeto pedagógico que norteará sua ação, explicitará sua política educacional, seu compromisso com a formação dos alunos, assim como, com ações que favoreçam a inclusão social.
É o projeto pedagógico que orienta as atividades escolares revelando a concepção da escola e as intenções da equipe de educadores. Com base no projeto pedagógico a escola organiza seu trabalho; garante apoio administrativo, técnico e científico às necessidades da Educação inclusiva; planeja suas ações; possibilita a existência de propostas curriculares diversificadas e abertas; flexibiliza seu funcionamento; atende à diversidade do alunado; estabelece redes de apoio, que proporcionam a ação de profissionais especializados, para favorecer o processo educacional.
É na sala de aula que acontece a concretização do projeto pedagógico - elaborado nos diversos níveis do sistema educacional. Vários fatores podem influenciar a dinâmica da sala de aula e a eficácia do processo de ensino e aprendizagem. Planejamentos que contemplem regulações organizativas diversas, com possibilidades de adequações ou flexibilizações têm sido uma das alternativas mais discutidas como opção para o rompimento com estratégias e práticas limitadas e limitantes.


Os desafios da Educação inclusiva: foco nas redes de apoio

Para fazer a inclusão de verdade e garantir a aprendizagem de todos os alunos na escola regular é preciso fortalecer a formação dos professores e criar uma boa rede de apoio entre alunos, docentes, gestores escolares, famílias e profissionais de saúde que atendem as crianças com Necessidades Educacionais Especiais

Daniela Alonso (novaescola@atleitor.com

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2. O que o Plano Nacional de Educação diz sobre a Educação inclusiva
Isac Oliveira Souza aprendendo ler na lousa de braile, na sala de recursos da EE Dom Jayme de Barros, coordenada pela professora Luiza Helena Tristão. Foto: Patrícia Stavis
Isac Oliveira Souza aprendendo ler na lousa braile, na sala de recursos da EE Dom Jayme de Barros.
No Brasil, a regulamentação mais recente que norteia a organização do sistema educacional é oPlano Nacional de Educação (PNE 2011-2020). Esse documento, entre outras metas e propostas inclusivas, estabelece a nova função da Educação especial como modalidade de ensino que perpassa todos os segmentos da escolarização (da Educação Infantil ao ensino superior); realiza o atendimento educacional especializado (AEE); disponibiliza os serviços e recursos próprios do AEEorienta os alunos e seus professores quanto à sua utilização nas turmas comuns do ensino regular.
O PNE considera público alvo da Educação especial na perspectiva da Educação inclusiva, educandos com deficiência (intelectual, física, auditiva, visual e múltipla), transtorno global do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades.
Se o aluno apresentar necessidade específica, decorrente de suas características ou condições, poderá requerer, além dos princípios comuns da Educação na diversidade, recursos diferenciados identificados como necessidades educacionais especiais (NEE). O estudante poderá beneficiar-se dos apoios de caráter especializado, como o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, no caso da deficiência visual e auditiva; mediação para o desenvolvimento de estratégias de pensamento, no caso da deficiência intelectual; adaptações do material e do ambiente físico, no caso da deficiência física; estratégias diferenciadas para adaptação e regulação do comportamento, no caso do transtorno global; ampliação dos recursos educacionais e/ou aceleração de conteúdos para altas habilidades.
A Educação inclusiva tem sido um caminho importante para abranger a diversidade mediante a construção de uma escola que ofereça uma proposta ao grupo (como um todo) ao mesmo tempo em que atenda às necessidades de cada um, principalmente àqueles que correm risco de exclusão em termos de aprendizagem e participação na sala de aula.
Além de ser um direito, a Educação inclusiva é uma resposta inteligente às demandas do mundo contemporâneo. Incentiva uma pedagogia não homogeneizadora e desenvolve competências interpessoais. A sala de aula deveria espelhar a diversidade humana, não escondê-la. Claro que isso gera novas tensões e conflitos, mas também estimula as habilidades morais para a convivência democrática. O resultado final, desfocado pela miopia de alguns, é uma Educação melhor para todos. (MENDES, 

SETE ERROS DOS PAIS NA HORA DE IMPOR LIMITES


SETE ERROS DOS PAIS NA HORA DE IMPOR LIMITES

1. NÃO FAÇA AMEAÇAS SE NÃO FOR CUMPRI-LAS
Antes de dizer que o filho desobediente ficará sem sorvete até o ano que vem, os pais precisam pensar – de verdade – se poderão cumprir a promessa. Se ele não se comportou direito, melhor vetar aquela festinha do amigo que está próxima – e cumprir – do que proibir que ele jogue videogame para sempre. DICA: Transforme ameaças em avisos, passando a mensagem sem violência. 

2. NÃO CEDA
Não vale ser indulgente com a indisciplina do filho porque você trabalha fora e se sente culpada, nem por achar que ele deixará de amá-la. Se uma posição foi determinada, não volte atrás. A postura é essencial para as crianças não serem tão resistentes com os limites impostos. DICA: Leve em consideração se o seu filho está passando por um momento difícil – como a perda de um animal de estimação.

3. EVITE RECOMPENSAS
O comportamento adequado não é uma moeda de troca. Os pais não devem prometer um brinquedo novo para o filho se comportar em um restaurante. DICA: Não coloque a recompensa como um prêmio, mas saiba reconhecer a boa conduta da criança com palavras.
 
4. NÃO DÊ ORDENS DÚBIAS PARA A CRIANÇA
Os pais que não decidem juntos os padrões da educação do filho cometem um grande erro. Se a mãe diz que o filho não deve ir dormir mais tarde em dia de jogo do time preferido e o pai acaba deixando, a criança não irá entender o que deve fazer. DICA: Os pais devem decidir as regras a dois – e cumpri-las. 

5. SEJA FIRME E PACIENTE
Frustrar a criança a ajudará a lidar com as adversidades da vida no futuro. Dizer ‘não’ é prerrogativa e obrigação dos pais quando necessário.Portanto, os pais devem ser firmes em suas ações e não deixar para resolver um problema depois que ele já passou. Resolver de cabeça quente também não adianta: diante de um comportamento inadequado, insista e, se necessário, conte até mil. Mas sempre evite dizer que a criança é malcriada e não faz nada direito. DICA:É mais seguro sugerir que aquilo que ela fez foi errado e é melhor não se repetir.

6. NÃO SE PROLONGUE DEMAIS NAS EXPLICAÇÕES
É importante pontuar o porquê dos limites, mas não é necessário contar uma novela enquanto a criança reluta. Se os pais se estendem na justificativa, acabam se perdendo e cedem à insistência da criança. DICA: Seja claro e objetivo sobre por que a criança ouviu um “não”, mas adapte a explicação à capacidade de compreender dela.

7. NÃO INSISTA SE NÃO TIVER RAZÃO
Existem coisas que não se obriga. Se seu filho não gosta das aulas de judô, não há razões para insistir. O pais devem perceber quando a criança precisa de acolhimento em vez de imposição. Ela pode estar sendo intransigente por estar sofrendo bullying na escola, por exemplo. DICA: Esteja próximo a seu filho para saber diferenciar indisciplina de apreensão. 
Renata Losso- especial para o iG São Paulo
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Qualidade, equidade e reformas no ensino. Coll, C. Madri: OEI-Fundação Santillana, 2009.

Documentos
Resolução CNE/CEB Nº 2. Art. 5º, Inciso III, MEC. 2001. Parâmetros Curriculares Nacionais: Adaptações Curriculares/Secretaria de Educação Fundamental. Secretaria de Educação Especial. - Brasília: MEC/SEF/SEESP, 1998.
Resolução CNE/CEB nº 04/2009 e Parecer CNE/CEB nº 13/2009http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf

Os desafios da Educação inclusiva: foco nas redes de apoio

Para fazer a inclusão de verdade e garantir a aprendizagem de todos os alunos na escola regular é preciso fortalecer a formação dos professores e criar uma boa rede de apoio entre alunos, docentes, gestores escolares, famílias e profissionais de saúde que atendem as crianças com Necessidades Educacionais Especiais

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1. Inclusão no Brasil e Educação especial na escola regular
João Guilherme dos Santos, aluno defiente físico, com seus colegas da Unidade Integrada Alberico Silva. Foto: Maurício Moreira
João Guilherme dos Santos, aluno com deficiência física, com seus colegas da Unidade Integrada Alberico Silva, em São Luís.
A especialista em Educação Inclusiva, Daniela Alonso. Foto: Gabriela Portilho
Daniela Alonso, especialista em Educação Inclusiva e selecionadora do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10
O esforço pela inclusão social e escolar de pessoas com necessidades especiais no Brasil é a resposta para uma situação que perpetuava a segregação dessas pessoas e cerceava o seu pleno desenvolvimento. Até o início do século 21, o sistema educacional brasileiro abrigava dois tipos de serviços: a escola regular e a escola especial - ou o aluno frequentava uma, ou a outra. Na última década, nosso sistema escolar modificou-se com a proposta inclusiva e um único tipo de escola foi adotado: a regular, que acolhe todos os alunos, apresenta meios e recursos adequados e oferece apoio àqueles que encontram barreiras para a aprendizagem.
Educação inclusiva compreende a Educação especial dentro da escola regular e transforma a escola em um espaço para todos. Ela favorece a diversidade na medida em que considera que todos os alunos podem ter necessidades especiais em algum momento de sua vida escolar.
Há, entretanto, necessidades que interferem de maneira significativa no processo de aprendizagem e que exigem uma atitude educativa específica da escola como, por exemplo, a utilização de recursos e apoio especializados para garantir a aprendizagem de todos os alunos.
A Educação é um direito de todos e deve ser orientada no sentido do pleno desenvolvimento e do fortalecimento da personalidade. O respeito aos direitos e liberdades humanas, primeiro passo para a construção da cidadania, deve ser incentivado.
Educação inclusiva, portanto, significa educar todas as crianças em um mesmo contexto escolar. A opção por este tipo de Educação não significa negar as dificuldades dos estudantes. Pelo contrário. Com a inclusão, as diferenças não são vistas como problemas, mas como diversidade. É essa variedade, a partir da realidade social, que pode ampliar a visão de mundo e desenvolver oportunidades de convivência a todas as crianças.
Preservar a diversidade apresentada na escola, encontrada na realidade social, representa oportunidade para o atendimento das necessidades educacionais com ênfase nas competências, capacidades e potencialidades do educando.
Ao refletir sobre a abrangência do sentido e do significado do processo de Educação inclusiva, estamos considerando a diversidade de aprendizes e seu direito à equidade. Trata-se de equiparar oportunidades, garantindo-se a todos - inclusive às pessoas em situação de deficiência e aos de altas habilidades/superdotados, o direito de aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver. (CARVALHO, 2005).

O fazer pedagógico mediante o convívio com as ALTAS HABILIDADES.


O fazer pedagógico mediante o convívio com as ALTAS HABILIDADES

Vários são os perfis que delineiam os alunos com altas habilidades

Conviver com a heterogeneidade no ambiente escolar é fato, todo educador diante de seu laborioso exercício profissional tem consciência dessa questão. Contudo, há que se mencionar um aspecto relevante – o fato de o educador estar preparado ou não para conviver com tais diferenças, sobretudo com aqueles alunos que apresentam necessidades especiais.

Partindo dessa perspectiva, propomos-nos a discorrer, de forma específica, sobre aqueles alunos com altas habilidades que, uma vez se destacando entre os demais, precisam ser estimulados a fim de que desenvolvam seus talentos e, sobretudo, mantenham o interesse pela escola.Caso isso não ocorra, o que se pode esperar é até mesmo a evasão. Mas como detectar tais características neste ou naquele aluno?

Segundo a opinião de especialistas, os “atores” desse palco podem ser dotados de vários perfis, desde o mais tímido, passando por aquele considerado o braço direito da professora, até o mais peralta possível. Normalmente, não dispõem de habilidades múltiplas, ou seja, o que de fato os diferencia é exatamente aquela afinidade para uma determinada área do conhecimento. Diante desse quadro, uma percepção mais aguçada por parte do educador, embora não seja uma tarefa assim tão fácil, pode levá-lo a desconfiar de um aluno assim. Pode-se dizer que as atitudes são demarcadas pela aquisição de vocabulário mais avançado, se comparado à maioria da turma, pela repulsa a atividades rotineiras, por um instinto um tanto quanto perfeccionista, por mostrarem-se contestadores ao extremo, entre outras.

Estatísticas atestam que pelo menos 5% da população possui tal tendência. Para tanto, como iniciativa de fomento a esse público, o Ministério da Educação (MEC), em 2005, criou Núcleos de Atividades de Altas Habilidades em todos os estados. Ainda que deficitários, esses órgãos promovem auxílio às escolas mediante a constatação de alunos com esse perfil. Como suporte, eles obrigatoriamente indicam uma psicopedagoga para realizar o diagnóstico e, se constado for, encaminham o aluno ao programa oficial de estímulo, encarregado de oferecer atividades extraclasses e orientações para o professor e a família. 

Assim, conforme dito, não é sempre que as evidências são facilmente identificáveis, razão pela qual a necessidade de o educador estar preparado profissionalmente para isso revela-se por demais contundente. Nesse sentido, o MEC apresenta algumas estratégias que podem direcionar a execução de tal intento, ora manifestadas por questões básicas, entre as quais destacamos:

* Verificar se o aluno aprende fácil e de modo rápido;

* Detectar se ele se mostra sempre informado, inclusive no que tange a áreas incomuns;

* Constatar se ele se adapta com facilidade a novas situações e a novos ambientes;

* Avaliar se apresenta habilidade no campo das artes, sobretudo a aptidão para a música, dança, desenho, entre outras;

Enfim, essas são apenas algumas das múltiplas possibilidades, que se exploradas forem, representam a riqueza de uma preciosidade bem lapidada e pronta para reluzir. Como bem nos apontam as palavras de Denise Fleith, professora do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB), no que concerne ao fazer pedagógico do educador:

“Ele pode e deve apresentar ao aluno caminhos para o desenvolvimento de seu potencial, desde materiais para pesquisa até contatos de estudiosos dos assuntos”.


Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola


Fonte: 
http://educador.brasilescola.com/sugestoes-pais-professores/o-fazer-pedagogico-mediante-convivio-com-as-altas.htm

ALUNO COM "ALTAS HABILIDADES" REQUER EDUCAÇÃO ADEQUADA





8/1/2013 às 22h2

Habilidades diferenciadas

Crianças excepcionais, que possuem capacidades acima da média, são pouco vistas como especiais no Brasil. Especialistas lamentam a falta de interesse por parte do governo, e acreditam que essas crianças podem mudar o Brasil


DIÁRIO DA MANHÃ
KATIÚSCIA PESSONI

Trabalhar com alunos com altas habilidades requer, antes de tudo, derrubar dois mitos.Primeiramente esses estudantes, considerados pessoas com altas aptidõesnão são gênios com capacidades raras em tudo, apenas apresentam mais facilidade do que a maioria em determinadas áreas. Em segundo lugar, o fato de eles terem raciocínio rápido, faz com que precisem de professores especializados, pois não existe grandes respaldos por parte da educação a esses jovens acima da média, que representam cerca de 3% 6% da população brasileira.
“A educação dever ser tratada como um compromisso social, político e de todos para todos, devendo, portanto, ser inclusiva. Para isto, deve-se considerar a existência de diversos talentos no contexto escolar, que necessitam ser identificados e trabalhados para que se desenvolvam em sua plenitude. A pessoa com alta habilidade outalentos, necessita de uma educação diferenciada e sistematizada para desenvolver seu potencial(prefácio do livro Talento e Ensino, do autor Wanderley Alves dos Santos)
Erundina Miguel Vieira, presidente da Associação Brasileira para Altas Habilidades/Superdotados - (ABAHSD),  explica que o instituto não trabalha com testes para verificar se crianças são ou nãosuperdotados, pois estes só podem ser aplicados por psicólogos especializados. “O que fazemos para saber se alunos de ensino médio têm uma capacidade maior de aprendizagem é utilizar um guia de observação em sala de aula. O período de ressalva se estende por um ano, logo depois, os alunos que se destacam recebem acompanhamento até o ingresso na Universidade”.
A presidente relata que não existe a palavra gênios para crianças que são acima da média. Segundo ela, deve-se ressaltar que esses alunos não são nenhum “Einstein”. “Normalmente são talentos distintos, onde uma se destaca através da arte, outra se sobressai em matemática e assim se diversificam”.
Falta de incentivos
Onde estão essas crianças? Questiona Erundina, ressaltando que a porcentagem desses alunos comhabilidades especiais, na qual ela lembra que  não são pessoas com deficiências mentais, que são chamadas assim, é relativamente grande. “São muitos superdotados por ai e eles também são pessoas especiais. São necessários mais professores habilitados. É preciso que Universidades se atentem a abrirem cursos superiores a esse tipo de aluno. O poder público precisa entrar mais nessas questões”.
“Falta um olhar significativo, aquele que enxerga realmente que existe uma criança especial ali”, expõe a diretora. Para ela esse primeiro olhar tem que ser do professor e logo após essa observação ser constatada, deve investir no que aquele aluno traz de talento.
“No nosso instituto existem parcerias que investem nesses alunos. Eles fazem trabalhos extracurriculares como aulas de alemão e grego, por exemplo. É nosso papel buscar instituições que possam nos ajudar com o futuro dessas crianças, para que possam desenvolver seus talentos. Eles podem ser o futuro do nosso país”.
Ela explica ainda que a questão não é só identificar o aluno como superdotado e passa-lo para séries mais avançadas. A diretora revela que intelectualmente, o estudante pode até ser capacitado para isso,mas existe o lado emocional e são vários os problemas que isso pode acarretar.
“O sistema acadêmico por vezes, não supre o interesse desses alunos. Muitos chegam a mim e falam que fazer os trabalhos escolares, por vezes, é chato e repetitivo”, lamenta. Erundina esclarece que no Brasil existe muita dificuldade, pois é impossível acompanhar tudo e todos. “Talento não se desperdiça, estimula-se”, diz a diretora parafraseando a fundadora da instituição. E completa afirmando que os professores precisam ter muito cuidado, mas que infelizmente não existe uma receita pronta e cada caso é um caso. “O nosso país não pode ser dar ao luxo de desperdiças talentos”, resume.
Constatando ser um superdotado
Segundo a psicóloga Adriane Cruvinel, para se constatar se uma pessoa é superdotada, o teste de QI não é o suficiente. “Além de testes psicológicos, como os de criatividade, existem sinais que possibilitam a identificação dessas crianças. Traços que elas apresentam acima da média em relação às demais que estão na mesma faixa etária. Isso só é possível observando o cotidiano de cada uma”, explica.
Adriane expõe que essas crianças não devem ser tratadas de forma diferente. O que deve ser feito, segundo ela, é dar condições para que esses garotos especiais se desenvolvam e que para isso, pode-serecorrer a atividades extra-classes, ou programas especializados.
Em relação às medidas que os pais devem tomar, quando descobrem ter um filho superdotado dentro de casa, a psicóloga diz que eles devem ficar atentos as necessidades dos filhos e o que eles possuem de especial. “O pai e a mãe tem que ter expectativas, mas não pode cobrar demais, nem forçar muito a barra”.
“Uma educação adequada pode ajudar muito. A escola tem que ver a melhor opção de sala e série para colocar a criança superdotada. Atentar as capacidades lúdicas de cada uma, suas aspirações culturais e esportivas”, lembra.
Além de todos os cuidados em relação à educação, a psicóloga lembra ainda que quando esses alunos se descobrem com capacidades avançadas, deve haver a procura por um profissional de apoio. Este deve estar preparado para desenvolver suas potencialidades, pois assim será possível evitar problemas futuros.
Fonte: http:// dm.com.br /texto/84689-habilidades-diferenciadas


CRIANÇAS PENSAM E APRENDEM COMO CIENTISTAS




Crianças pré-escolares pensam e aprendem como cientistas


Será que acontece com todas as crianças? Ou vai depender do estímulo para que elas continuem com interesse em fazer novas descobertas? Meu filho é um cientista nato, é curioso e gosta muito de ciência, está sempre interessado em fazer experiências. Pois isso, estou postando essa matéria da revista "Hipe Science" que trata do tema.

Por  em 1.10.2012 as 18:00

Uma pesquisa da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA) revelou que crianças muito novas pensam como “cientistas”.

Elas “analisam” padrões estatísticos, fazem “experiências” e aprendem observando colegas. O que elas estão aprendendo? A viver.

A principal pesquisadora do estudo, Alison Gopnick, que estuda a aprendizagem e o desenvolvimento infantil, explica que as crianças aprendem sobre o mundo ao seu redor de forma semelhante a que os cientistas conduzem estudos.
Claro que eles não fazem isso conscientemente. Mas também não fazem de forma aleatória.
Os experimentos das crianças são as brincadeiras. A partir desses “experimentos”, elas são capazes de “analisar” probabilidades e fazer inferências causais, além de aprender por observação de terceiros. Experiências mostram que crianças tão novas quanto 2 anos podem inconscientemente captar padrões estatísticos e usar essa informação para resolver problemas.
Por exemplo, em um experimento conduzido por Gopnick, crianças a partir de 2 anos observaram que uma máquina acendia e tocava música quando certos objetos eram colocados sobre ela.
As crianças viram que, quando colocado sobre a máquina, um bloco ativava luzes e música duas a cada três vezes. Um segundo bloco ativava luzes e música duas a cada seis vezes que era colocado na máquina.
Em seguida, os experimentadores pediram que as crianças fizessem a máquina acender suas luzes e tocar música. “Elas viram a máquina ativar duas vezes em ambos os casos, mas se elas estivessem calculando a probabilidade da máquina ativar, deveriam preferir o primeiro bloco, que a ativou duas a cada três vezes”, explica Gopnick. E foi exatamente isso que elas fizeram.
Outras pesquisas indicam que “brincar” é a maneira das crianças “experimentarem”. “No caso do experimento da máquina, as crianças espontaneamente passaram a ‘brincar’ com ela, como se fizessem um monte de experiências que lhes deram as informações de que precisavam para descobrir como o brinquedo funcionava”, argumenta Gopnick.
Outra forma que crianças pequenas têm de aprender é observando as ações dos outros e as suas consequências.

 Ensinar x Experimentar

Segundo Gopnick, a pesquisa mostra que é importante deixar a criança descobrir certas coisas sozinha quando está crescendo.
Ser ensinado de como fazer alguma coisa tem vantagens tanto para as crianças quanto para os cientistas, mas também tem desvantagens. “Ser ensinado sobre algo, em vez de explorá-lo por conta própria, desencoraja exploração que pode levar a novas conclusões”, diz Gopnick.
Isso significa que, ao invés de fazer os primeiros anos escolares mais acadêmicos, os educadores deveriam expor as crianças a um ambiente mais lúdico, que proporcione experiências em que elas tenham que pensar para chegar a conclusões, sem obter instrução direta.
"Eu acho que esta nova pesquisa mostra que as crianças têm habilidades cognitivas incríveis aos 2, 3 e 4 anos. Elas devem tocar, experimentar, explorar. Se o ambiente pré-escolar for muito acadêmico, mais como escola, nós realmente não estamos incentivando as crianças a fazer o trabalho de profundidade científica e cognitiva que elas são capazes de fazer”, conclui.

Fonte: http://hypescience.com/criancas-pre-escolares-pensam-e-aprendem-como-cientistas/

CRIANÇAS SUPERDOTADAS


ONDE MORA O TALENTO DE CRIANÇAS SUPERDOTADAS





Negligenciar o desenvolvimento desses talentos não é prejudicial apenas para eles. Ao agir dessa forma, o País perde, no mínimo, boas oportunidades. “Crianças com altas habilidades são um precioso recurso nacional que precisa ser protegido, nutrido e desenvolvido”, disse à ISTOÉ Steven Pffeifer, professor da Universidade Estadual da Flórida e autor do “Manual para Superdotação em Crianças” (2009). Pffeifer é autor de um teste para identificar superdotados, bem popular entre colégios americanos. Sem investir em programas para altas habilidades, esse recurso se esvai. “Perdem-se líderes, invenções, profissionais com potencial para se tornar nomes de destaque em diversas áreas do conhecimento”, afirma o brasileiro Nielsen Pereira, docente da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, ele próprio um pesquisador que saiu do País para desenvolver suas pesquisas.

Extraído: http://www.istoe.com.br/capa