Intervenções Pedagógicas Especializadas
Caminhando para uma inclusão escolar
Os alunos deficientes preferencialmente devem estar nas classes correspondentes à sua idade cronológica. A convivência com colegas da mesma idade possibilita ao deficiente construir um referencial mais próximo do seu grupo social.
Conhecer o aluno, seu diagnóstico, sua história escolar e familiar são dados importantes para iniciar um trabalho especializado ou diferenciado, mas o foco deve estar no aprendizado, todos esses dados ajudam, mas não podem rotular o aluno impedindo-o ao aprendizado.
As informações, o levantamento das aquisições acadêmicas do aluno, descobrindo o que ele já sabe, através da sondagem, temos uma idéia dos conhecimentos prévios do aluno, evitando que o professor proponha situações fácies e, portanto desmotivadoras ou apresentando algo complexo que os alunos ainda não têm condições de fazê-lo.
Levar em conta as diferenças na aprendizagem do aluno com deficiência, elaborando em conjunto com o especialista um plano didático mais adequado, respeitando o seu ritmo de aprendizagem, e seu potencial, onde nem sempre correspondem com as nossas expectativas; por isso que traçar as metas no plano didático é fundamental para avaliar os avanços e para planejar ações futuras. Fazendo da observação um instrumento importante para tomada de decisão, onde todas as etapas estejam registradas.
A partir do plano didático, teremos quais são os objetivos que o aluno deve atingir e os conteúdos a dominar, priorizando o que quer que ele aprenda, determinado as metodologias e estratégias que serão adotadas. Todas as atividades oferecem elementos para avaliação. Atitudes muitos simples, podem ser considerados grandes avanços para alunos com deficiência como; estar no grupo classe; ou na sala por um determinado tempo ou permanecer na carteira; se alimentar; ir ao banheiro sozinho; apresentar autonomia higiênica; guardar seus pertences escolares. O importante é verificar e registrar o que o aluno foi capaz de realizar e aprender.
Para acompanhar a aprendizagem dos alunos com deficiência é necessário registrar por meio de relatórios, anotações diárias, atividades realizadas pelo aluno, podendo ser montado um portfólio, servindo de instrumento para verificar os avanços do aluno, para propor com segurança o que ensinar na próxima etapa e qual a maneira mais apropriada de fazê-lo.
O desempenho de cada aluno deve ser confrontado com o conhecimento prévio do que ele tinha, levando em conta suas possibilidades individuais. O correto é comparar cada aluno com ele mesmo.
As atividades devem ser oferecidas a todos os alunos da classe, colocando-os em contato com o tema que será ensinado. O assunto é o mesmo para todos,o professor deve buscar maneiras de torná-lo mais compreensível para quem precisa, fazendo se necessário às modificações, conforme a necessidade do grupo. Não deixando de apresentar determinados temas aos alunos deficientes, supondo que eles não irão aprender.
Os alunos com deficiência quando percebem que recebem tratamento semelhante aos demais se esforçam para acompanhá-lo. As atividades dos alunos com deficiência podem ser diferentes dos demais colegas, mas baseada em algo que a classe inteira esta fazendo.
A inclusão de alunos deficientes em sala de aula, ajuda a desmistificar sua deficiência ao passo que as pessoas que convivem aprendem a ser mais tolerantes, cooperativas, solidárias, respeitando as limitações dos colegas.
As aulas devem ser bem sistematizadas e com muitas flexibilizações, beneficiando a classe inteira, referindo-se a esses quatro aspectos;
Espaço: Adaptação do ambiente escolar permitindo que todos tenham acesso. Como: elevadores, rampas, identificação de materiais em braile no espaço escolar entre outros.
Tempo: Determinação de um período maior para que os alunos possam retomar conteúdos, realizar tarefas mais complexas, realizar as avaliações.
Conteúdo: Adequação do programa previsto no currículo ou no plano de aula com o objetivo de garantir aos alunos com deficiência aprenda bem um tópico da matéria, em lugar de se dispersar por enfrentar desafios acima de suas possibilidades.
Recursos: Busca de materiais didáticos ou outras estratégias para ensinar determinados conteúdos, facilitando a compreensão do assunto abordado em classe. Recursos extras, caixas de materiais táteis, jogos, revistas, livros.
Quem tem deficiência é capaz de muita coisa: ler, escrever, fazer contas, correr, brincar e até ser independente. "A grande novidade é que, se a criança for estimulada a descobrir seu potencial, as dificuldades deixam de persistir em tudo o que ela faz". Ou seja, ela precisa de novos desafios para aprender a viver cada vez com mais autonomia. E não há lugar melhor do que a escola para isso.
Referências Bibliográficas:
Ramos Rossana
Passos para a Inclusão/3 ed. - São Paulo: Cortez 2006.
Revista Nova Escola
Edição Especial nº. 24
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